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O futuro da arte brasileira em debate na Art Basel Miami 

O futuro da arte brasileira em debate na Art Basel Miami 

A arte brasileira foi um dos destaques da série Conversations realizada pela feira Art Basel Miami e com curadoria de Emily Butler. A mesa The Art Market in 2023: Collection in Brazil teve a participação do colecionador Pedro Barbosa, do galerista Márcio Botner (A Gentil Carioca) e do curador Thiago de Paula Souza. Com mediação do escritor Oliver Basciano, a mesa teve como tema principal o engajamento da arte contemporânea nas questões prementes da realidade brasileira. 

“A arte é concreta, o mercado é abstrato”, disse Márcio Botner, ao refletir sobre a trajetória de A Gentil Carioca no Rio de Janeiro. A galeria abriu em 2003 na região do Saara, centro do Rio de Janeiro, época em que, segundo ele, havia poucas instituições apoiando artistas iniciantes – além de Botner, a casa foi fundada pelos artistas Ernesto Neto e Laura Lima. Por muitos anos, a galeria realizou intervenções artísticas na praia do Arpoador através do projeto Alalaô, que ajudou a popularizar as artes visuais na cidade. 

Já Pedro Barbosa ressaltou a relação de confiança que deveria existir entre o colecionador e o artista do qual adquire uma obra. “Quando um artista confia em mim e me vende uma obra de arte, é um contrato, sabe? Eu tenho uma obrigação para com essa obra e com o artista. Não é só um bem que vai para a minha declaração de imposto de renda”. 

Barbosa cobrou que as galerias brasileiras apoiem efetivamente artistas negros e indígenas, e não apenas os coloquem em suas listas de representados para atender uma demanda do mercado. “O capital humano que temos no brasil é insanamente bom, mas não pode ser tratado como mão-de-obra de forma oportunista”, afirmou. 

Thiago de Paula Souza, que se divide entre São Paulo e Berlim, pontuou a necessidade de que os artistas sejam olhados de forma transversal – ele próprio é um homem negro, mas ressaltou que sua experiência não pode ser reduzida à cor da pele. No geral, a visão dos participantes da mesa é otimista sobre o futuro da arte no Brasil, como resumiu Thiago: “Muito mudou em 10 anos a respeito de como as instituições, galerias, curadores e colecionadores estão se organizando e pensando no que a arte contemporânea brasileira pode ser, ou qual o papel da arte contemporânea na justiça social”. 

O debate foi transmitido ao vivo pelo YouTube e continua disponível no canal da Art Basel (os participantes falam em inglês).   

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