EnglishPortuguese

Tendências dos colecionadores brasileiros segundo Art Basel 

O Blog da Clé aproveitou a virada do ano para mergulhar nos números que dizem respeito ao mercado local para compartilhar neste post.

Uma das maiores feiras de arte do mundo, a Art Basel, realiza uma pesquisa periódica com colecionadores dos mercados mais importantes ao redor do globo para avaliar tendências – e o Brasil é uma das praças pesquisadas. O documento repercutiu pouco no Brasil. Então, o Blog da Clé aproveitou a virada do ano para mergulhar nos números que dizem respeito ao mercado local para compartilhar neste post.

The Survey of Global Collecting 2023 é um documento bastante extenso. O relatório completo tem 149 páginas e detalha os resultados das entrevistas realizadas com 2.828 colecionadores de alto patrimônio líquido em 11 mercados regionais: Alemanha, Brasil, China, Estados Unidos, França, Hong Kong, Itália, Japão, Reino Unido, Singapura e Taiwan.  

A avaliação do site Artsy é de que o relatório apontou uma tendência que não é positiva, mas também “ainda” não é negativa, considerando os dados globais. Mas mesmo na avaliação deste veículo, China e América do Sul (ou seja, o Brasil) se destacam por ter a maior quantidade de dealers com expectativas positivas. 

Já o site Bloomberg destacou que os ultrarricos estão mais cautelosos com coleções de arte e antiguidades, com redução do percentual de compras acima de U$ 1 milhão de dólares, de 12% em 2021 para 4% em 2022 e uma recuperação para 9% em 2023. No entanto, o valor médio das obras adquiridas aumentou 19%, chegando a U$ 65 mil em 2023.

E no Brasil?   

Esquadrinhamos o relatório da Art Basel para descobrir as referências ao Brasil, e aparentemente o mercado local está mais otimista do que o resto do mundo – além de apresentar outras particularidades. 

O próprio relatório traz entre seus destaques principais que os colecionadores de China, Japão, Brasil e Itália estão entre os que mais declararam intenção de compra de arte nos seis meses seguintes à pesquisa – no caso do Brasil, 60% dos entrevistados responderam desta maneira. 

Coleções brasileiras têm mais mulheres

O trabalho de artistas mulheres continua bem menos presente em todas as regiões pesquisadas, mas o Brasil está entre os mercados com maior presença feminina nas coleções: 42% das obras de colecionadores brasileiros são de mulheres, com um ligeiro aumento com relação a 2022 (40%). Outros destaques nesse sentido foram Alemanha (44%), Singapura (43%) e Hong Kong (42%).

Os brasileiros também se destacaram pelo aumento no interesse por artistas locais: eles estavam presentes com 42% das obras em coleções em 2022, e agora são 51%. Também houve aumento do interesse em galerias locais – de 43% para 56%.

Média de obras por coleção

As coleções brasileiras dos pesquisados têm, em média, 44 obras – número igual ao dos colecionadores norte-americanos. Entre os 11 mercados, o Brasil só está acima de Hong Kong (41) e Singapura (39). Em primeiro lugar está Taiwan com 65 obras por coleção. 

Os colecionadores brasileiros reduziram seu foco de compra para um número menor de galerias: eram 22 em 2022, e apenas 15 em 2023. 

Quanto aos valores investidos, 33% compraram obras com valores acima de U$ 100 mil e apenas 6% em peças avaliadas em mais de U$ 1 milhão.

Enquanto na maior parte dos mercados os colecionadores declararam comprar por prazer pessoal (37%), no Brasil e no Japão os colecionadores disseram que a motivação financeira (investimento) é o fator mais decisivo. 

Junto com Hong Kong e Taiwan, os colecionadores brasileiros foram os que mais disseram que seu interesse em trabalhos conceituais aumentou. 

Achou esse conteúdo útil? Compartilhe em suas redes sociais usando os botões abaixo e acompanhe a Clé Reserva Contemporânea no Instagram e Linkedin.

Foto: Art Basel 2015. Crédito: Wing1990hk | Wikimedia Commons

Esta gostando do conteúdo? Compartilhe!

Share on linkedin
Share on whatsapp